Será que o Brasil ainda é um celeiro de Craques?
Por Alexandre Werneck
Caros amigos leitores, gostaria de convidá-los para uma grande reflexão sobre o que vem acontecendo com as jovens promessas do futebol. Recentemente, várias revelações não chegaram nem perto do que se esperavam delas. Talento não faltava, mas o que os atrapalharam? O que aconteceu com Robinho, Diego, Alexandre Pato, Carlos Alberto, entre tantos outros? E tem ainda aqueles que conseguiram brilhar no exterior, mas, por problemas extra-campos, deixaram a carreira de lado, como Adriano,Ronaldo Gaúcho,Jobson, etc.
Caro amigos, alguns criticos justificam que tais fatos acontem porque tais jogadores saíram muito cedo do país, outros apontam que, como ganharam dinheiro rápido, o sucesso pesou na parte psicológica. Há também jogadores que perderam o tesão por conquistarem tudo ou simplesmente por falta de profissionalismo.
A confirmação de tais hipóteses enunciadas acima, infelizmente, não podem ser confirmadas por mim, mas, certamente, esse cenário vêm se refletindo na seleção Brasileira. Ultimamente, o selecionado nacional vem acumulando fiascos atrás de fiascos, e vemos, cada vez mais, os nossos jovens admirando ídolos de fora do país, como Messi e Cristiano Ronaldo. Não que a garotada esteja errada, mas sou de um tempo que, mesmo com craques de outras nacionalidades, existiam jogadores como Romário, Edmundo, Ronaldo, Rivaldo, Zico, Junior, Adílio, Sócrates, Raí, entre tantos outros que justificam a posição do Brasil como fábrica de craques. E digo mais, jogadores que não se intimidavam com adversários, chamavam a responsabilidade para si e mostravam que o Brasil erra um expoente de bons jogadores.
Alguns dizem o futebol modificou-se, mas o que vejo é que o time da moda, o Barcelona, não faz nada mais que a seleção do Brasil de 82 apresentou, que é manter a posse de bola, atacar com calma e inteligência, além de pressionar o adversário, induzindo-o ao erro. Faço-me valer de um velho bordão: "Quem corre é a bola!".
Acredito que, ao invés de copiar ou imitar a forma estrangeira de jogar, deveríamos olhar para trás e resgatar a nossa história. Falta aquela ousadia que jogadores como Romário e Ronaldo apresentaram durante a década de 90. Hoje os nossos jogadores têm medo de ousar num lance .Muitos leitores, ao se depararem com esse trecho, falarão do Neymar que nos brinda com seus dribles e jogadas sensacionais, mas como toda regra têm exceção, o jogador santista, por enquanto, é uma delas.
Não sou saudosista , apenas quero a devolução da seleção brasileira que conheci, e não uma com um monte de brutamonte que só sabem bater. É fundamental que sabiam jogar e, além de tudo, que não deixem o extra-campo atrapalhar suas carreiras. Romário tinha a fama da noite, não gostava de treinar e sempre fazia a diferença. Sou realista e sei que não existirão outros Romários, Pelés e Zicos, mas quero jogadores que chamem a responsabilidade.
Retomando nosso assunto principal, uma parcela de culpa das jovens promessas não virarem realidade é da impressa esportiva que, da mesma forma que exaltam o desempenho do garoto, também "cava a cova", extrapolando algumas vezes com exposições desnecessárias.
Não quero ser o dono dá verdade, apenas lançar uma reflexão crítica acerca do momento atual do futebol brasileiro e suas perspectivas de futuro. Grande abraço e até a próxima.